quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O Jogo das Máscaras


A sociedade funcionava com máscaras ideológicas, ou sexuais, ou psicóticas e tornava-se impossível arrancar essa máscara. Todos nós temos a necessidade de jogar, caso contrário seriam impossíveis as relações humanas. (Bessa-Luís, Agustina –O Princípio da Incerteza – A Alma dos Ricos. Lisboa: Guimarães Editores, 2002.)
Porém é importante assimilar que quando jogamos, por vezes temos que fingir que não vemos o jogo. O papel do governo ("jogador-mor") passa essencialmente entre dois pontos: o da necessidade de obedecer a regras e a liberdade de poder inventar estratégias de que o acaso se faz cúmplice. Desta forma, para além de desafiar o destino, o "jogador-mor" desafia os que nele se cruzam. Essa conduta é alimentada pela inevitabilidade de desafio imposta pelo jogo que alimenta e que gera a actualização de novas ou diferentes configurações que auxiliem e suportem o desejo que é a locomotiva das paixões humanas. Neste sentido, o país em que vivemos não é mais do que um campo de experimentação das paixões humanas, sendo que estas são exploradas e ensaiadas até ao limite.

2 comentários:

Prof. Carlos Vaz disse...

texto fabuloso! De facto assim é, assim se passa. Eu não jogo com o poder, mas sei lançar os dados na mesa do quotidiano... é bom visitar este espaço de aprendizagem. Venho todos os dias...

Anónimo disse...

eu não sou um jogador, mas quando sou, se o sou, sou definitivamente um pessimo jogador.