sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Este fim-de-semana as guitarras vão tocar


Nos dias 30 de Setembro e 01 de Outubro tem lugar, no Coliseu do Porto, o GUITARFEST. O programa é variado e bastante interessante para os apreciadores de guitarra. Será uma óptima opção para comemorar o dia mundial da música.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O espelho da verdade


Ontem à noite a comunicação social mostrou o seu lado mais feio, mas também o mais verdadeiro. E aqueles que aplaudiram a interrupção olharam-se ao espelho e viram nele reflectido o vazio de si próprios.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

E a procura dos buracos negros continua...


A Agência espacial norte-americana (NASA) decidiu retomar a missão NuSTAR que tem como objectivo aumentar a capacidade para detectar buracos negros no universo. O projecto tinha sido suspenso em 2006 por questões de financiamento.
O NuSTAR (Nuclear Spectroscopic Telescope Array) pode “aumentar o nosso conhecimento sobre as origens e os destinos das estrelas e galáxias”, explica a NASA na sua página na Internet.“Estamos muito entusiasmados por retomar a missão NuSTAR, que esperamos venha a ser lançada em 2011”, comentou Alan Stern, responsável do Science Mission Directorate, na sede da NASA, em Washington.Este telescópio tem “500 vezes mais sensibilidade do que os outros instrumentos que detectam buracos negros. É uma grande oportunidade para explorarmos uma importante fronteira”, acrescentou.


In Jornal Público

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Os dias de metamorfose


Hoje é segunda-feira, o dia em que ocorre em mim o processo da metamorfose, essa necessidade de transformação moral e até física, aquela pela qual passam alguns insectos e batráquios. Torna-se inevitável mascarar-me de "figura-que-trabalha", vestir outras ideias e desenvolver uma personalidade concordante com o resto da sociedade para que nela seja aceite e também para que possa nela sobreviver.
Hoje é segunda-feira, o dia em que marcho com os restantes, tenho as mesmas atitudes e digo o que querem ouvir, os meus passos são iguais aos deles. Sou como uma marioneta manobrada pelo grande cérebro em grande plano que manipula o maravilhoso mundo novo imaginado por alguém e que agora começa a concretizar-se.
Hoje é segunda-feira, não revelo a minha verdadeira identidade, acordo, cumpro um horário, aceno com a cabeça e, ao fim do dia, regresso a casa.
Hoje é segunda-feira, o dia em que ocorre em mim o processo da metamorfose...
Pinturas de Francis Bacon

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Este fim-de-semana... Galeria Appleton Square

Rui Valério
Rui Valério é, acima de tudo, conhecido por adoptar o universo musical como tema predominante da sua obra. Nesta exposição, o artista apresenta uma série de trabalhos inéditos, além de uma instalação vídeo, intitulada "Imaginary Landscape #5", que que podemos encontrar no piso inferior da galeria.
Nota: Esta exposição termina a 6 de Outubro

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Espaço Mágico


Hoje dedico o dia para reflectir sobre os chamados Centros de Novas Oportunidades. Como é sabido, hoje em dia qualquer pessoa, com idade igual ou superior a 18 anos, pode frequentar este lugar mágico e obter, como lhe chamam, a certificação do 4.º, 6.º e 9.º ano de escolaridade. Mas, apesar de tudo, os especialistas em educação consideraram esta magia demasiado rudimentar para a sociedade que temos. Foi então que meia dúzia de iluminados resolveram pegar numa varinha de condão mais avançada, tendo então surgido o prolongamento até ao 12.º ano. E qual é a premissa para obter um elevado nível de escolaridade em tempo reduzido? Mantém-se a idade igual ou superior a 18 anos e acrescenta-se tão simplesmente 3 anos de experiência profissional… pois é. De facto, isto da educação tem o que se lhe diga. Pelo que vejo este processo tem sido muito bem aceite pela sociedade, pelo menos, o que rezam as notícias é que há pessoas na lista de espera, correm para esses espaços como se fossem mosquitos atrás da luz. Por esse motivo, nos dias que correm, o nosso país vai estar repleto de pessoas letradas num curto espaço de tempo para, finalmente, o nosso governo lavar a cara das estatísticas que nos colocam cá para trás no contexto europeu.
E a escola, o que é feito desse espaço onde a aprendizagem tinha lugar? Agora a escola é um espaço onde se aprende uma profissão. A aquisição de saberes formais torna-se inútil e desnecessária. Pensar para quê? Pensar dói, dá trabalho. Além disso, aqueles que pensam são dispensáveis para os governos de hoje… e mais não digo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Onde nasce a solidão



O padrão molecular dos indivíduos que ao longo da vida não desenvolveram relações de proximidade, considerados em solidão crónica, afinal é diferente do das pessoas sistematicamente incluídas em redes sociais. É como se a solidão fosse uma molécula ou deixasse uma impressão digital no organismo, diz o estudo publicado pela revista científica "Genome Biology".
Já se sabia que o envolvimento social de uma pessoa tinha efeito no seu estado de saúde mas não era certo que as doenças cardíacas, infecções virais ou o desenvolvimento de cancros, mais frequentes em indivíduos em determinados contextos sociais estivessem relacionadas com factores biológicos e não com condicionantes exteriores consequentes, como a falta de assistência física ou económica proporcionada pelas redes pessoais.“O que este estudo revela é que o impacto biológico do isolamento social interfere com alguns dos nossos processos internos mais básicos, ao nível da actividade genética”, disse Steve Cole, um dos investigadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), responsáveis pelo estudo. “Descobrimos que alterações na expressão genética das células do sistema imunitário estão directamente ligadas à experiencia subjectiva da distância social”. Os investigadores monitorizaram a actividade genética nos glóbulos brancos, elementos vitais no sistema imunitário. Dos 14 participantes em estudo, seis foram colocados no topo da “escala de solidão” (desenvolvida em 1970 pela UCLA) e os restantes obtiveram classificações subtancialmente inferiores.Analisado o sangue dos participantes, descobriram 209 diferenças entre os dois grupos: as pessoas mais isoladas tinham 78 genes mais activos e 131 com menor expressão, o que reforçou a tese de uma alteração molecular nos indivíduos numa situação de solidão crónica.“As diferenças que encontrámos não dependiam de outros factores de risco, como o estado de saúde, a idade, o peso ou o tipo de medicação. As alterações eram até independentes do tamanho objectivo da rede social de uma pessoa”, disse Steve Cole.A confrontação das funções destes genes com os problemas registados entre os indivíduos em isolamento social revelaram uma nova chave para o problema: entre os genes mais activos nos indíviduos solitários estavam alguns envolvidos no sistema imunitário, nomeadamente nas reacções inflamatórias. Os menos activos tinham papéis fundamentais nas respostas anti-virais e produção de anti-corpos. “Estas descobertas fornecem novos alvos moleculares para o esforço de tentar travar os efeitos negativos do isolamento social”, explicou o responsável. Segundo os investigadores, esta diferença no padrão molecular reflexo da situação social de isolamento nos indivíduos pode vir a ser utilizada enquanto marcadores biológicos para se desenvolverem tratamentos de forma a reduzir os impactos negativos na saúde.


Estudo publicado hoje pela revista científica Genome Biology
in Jornal Público 13/09/07

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Em compasso trágico



No Teatro Nacional de São Carlos, vamos poder assistir à ópera Rigolleto, uma das obras de maior intensidade dramática na história da música lírica. A sua densidade teatral, o recorte emocional das personagens e das suas sinergias, a escrita orquestral, tudo concorre para uma circunstância inovadora, uma nova fase na carreira de Verdi e na ópera oitocentista.
O espectáculo decorrerá nos dias 10, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 19, 20, do mês de Dezembro deste mesmo ano, às 20:00h.
Eu estarei lá com toda a certeza!
Duarte Vitória, O Grito


A segunda-feira começa sempre assim. Reconheço que é necessário trabalhar, mas não como trabalhamos. O emprego está estruturado de forma a absorver todos os instantes de deleite que o ser humano pode ter. A máxima de todos nós é "não tenho tempo". E eu pergunto-me se tem mesmo que ser assim. A meu ver o jogo da economia é o mais bem jogado, consegue pôr uma sociedade inteira a trabalhar por uma causa e a maior parte das vezes sem razão de queixa. Eu não queria jogar este jogo, apesar de ter que o fazer, contudo não pactuo com o mesmo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Árvore da imaginação


A Árvore e a Associação José Afonso, por intermédio do seu núcleo do norte, entenderam celebrar esta viagem de vinte anos com o Zeca, levando a efeito a exposição CORES PARA JOSÉ AFONSO – TRIBUTO A UM POETA DA MÚSICA, porque esta é também uma forma de demonstrar que a obra de José Afonso é um imenso rio de águas claras e macias, um mar de tons a jorrarem para o imaginário do que ainda faz falta. CORES PARA JOSÉ AFONSO é o tributo a um homem que escreveu e cantou o seu mundo: o mundo que viu de Caxias, o mundo que viu nos lugares por onde passou, o mundo resultante da reflexão solitária e solidária sobre a vida do seu tempo. Esta exposição é o tributo revolucionariamente colorido a um homem maior que o pensamento, só possível pela entusiástica e generosa participação dos artistas por nós convidados que, sem excepção, aceitaram colaborar nesta evocação do homem e do artista.

Texto extraído da página www.arvorecoop.pt

Este fim-de-semana: lágrimas sem sofrimento.


A Galeria SETE, dedicada à divulgação e comércio de arte contemporânea, e o Hotel Quinta das Lágrimas, imbuídos do mesmo espírito de inovação e contemporaneidade, criam em parceria o espaço de arte SETE-LÁGRIMAS. Trata-se de um espaço muito agradável, proporcionando ao público um convívio sistemático e diversificado com a arte contemporânea, nomeadamente portuguesa.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Cecilia Bartoli em Portugal


Cecilia Bartoli é já conhecida entre todos como uma das melhores intérpretes de canto barroco. Tenho acompanhado a sua carreira há já alguns anos, por isso apraz-me saber que, em Janeiro/Fevereiro do próximo ano, podemos contar com a sua presença cá em Portugal.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Mais uma tecla que deixa de se ouvir...


Morreu o pianista austríaco Joe Zawinul. O pianista de jazz , fundador do grupo de jazz-rock Weather Report nos anos 1970, morreu hoje em Viena aos 75 anos. “Joe Zawinul nasceu a 7 de Julho de 1932 no tempo terrestre e no dia 11 de Setembro de 2007 no tempo eterno. Ele continua vivo”, declarou o seu filho Erich Zawinul à agência APA. O pianista, de origem húngara, checa e cigana, estava hospitalizado desde o dia 5 de Agosto numa clínica em Viena e segundo a imprensa austríaca morreu vítima de cancro.


Joana Amado, in Público 11.09.2007

"Descascando a Cebola"


A polémica autobiografia do escritor alemão Gunter Grass, «Descascando a Cebola», vai estar nas livrarias portuguesas a partir da próxima segunda-feira.

A publicação do livro em Portugal ocorre cerca de um ano após o seu lançamento na Alemanha, onde suscitou acesa polémica devido à confissão do autor de ter pertencido, na juventude, às Wafen-SS, uma força de elite nazi.
«Na Alemanha, a polémica foi feita sem considerar o que está no livro, retiraram uma frase do livro e fizeram uma grande polémica», afirmou o escritor no Instituto Goethe, em Lisboa, em Novembro passado.
A autobiografia vai de 1939, quando, no início da II Guerra Mundial, Gunter Grass tinha 12 anos, até 1959, ano da publicação do seu primeiro livro, «O Tambor».
O escritor, distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1999, explicou que foi a idade que o levou a escrever sobre a sua vida e que a escrita foi como um processo de descascar uma cebola, em que depois da casca «existem várias camadas ou várias memórias».
O livro, com 385 páginas, não vai ter cerimónia de lançamento, mas a 16 de Outubro, quando Gunter Grass completar 80 anos, a data será celebrada no Instituto Goethe, em colaboração com a Casa das Letras, indicou fonte da editora.

Diário Digital / Lusa

Noites de Jazz


Setembro é o último mês em que podemos deliciar-nos ao som de jazz, todas as quintas-feiras, no CCB. Assim, uma vez por semana, a Cafetaria Quadrante recebe um concerto e transforma-se em clube, recuperando o verdadeiro espírito do jazz. No espaço de entrada pode-se refrescar com uma bebida enquanto se deixa contagiar pela música que vem da outra sala, assistir aí ao concerto ou, se preferir, sob as estrelas das primeiras noites quentes do ano, na varanda que estará aberta sobre o rio.Russ Lossing é apenas o primeiro de uma iniciativa que inclui músicos portugueses e de várias influências e proveniências geográfico-culturais.
A programação foi pensada por Pedro Costa e Ilídio Nunes, proprietários da Trem Azul, loja especializada em jazz e das mais dinâmicas na organização de concertos.Em Jazz às Quintas será possível ouvir alguns dos mais interessantes músicos em actividade (Russ Lossing, Evan Parker, Herb Robertson, Agusti Fernandez, os irmãos Aaron e Stephan González, Alex Maguire e Rashiim Ausar Sahu, entre outros) e no rectângulo pátrio (Júlio Resende, Rodrigo Amado, Alípio Carvalho Neto, Carlos “Zíngaro”, Ernesto Rodrigues, Manuel Mota, Afonso Pais, e muitos mais). Portanto, é tempo de aproveitarmos até ao fim do mês.


NOITES DE JAZZ NO CCBJAZZ ÀS 5ªs ENTRADA LIVRE
Maio a Setembro 22h45 Cafetaria Quadrante

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Colectiva de Verão

Duarte Vitória, Hidden

"Colectiva de Verão", assim se chama a Exposição Colectiva de Pintura e Escultura, na galeria de arte contemporânea Nuno Sacramento, em Aveiro. Vale a pena visitar este espaço, onde podemos encontrar trabalhos de conceituados artistas como Alexandra Pinho, Balboa, Branislav Mihajlovic, Carla Faro Barros, Catarina Lira Pereira, Diana Costa, Duarte Vitória, Duma, Elizabeth Leite, Gabriel e Gilberto Colaço, Joana Rêgo, Mário Vitória, Mónica Oliveira, Nuno Raminhos , Paulo Pina, Sobral Centeno, Wlodek Warulik.

Exposição a decorrer durante o mês de Setembro de 2007

Desabafo


Hoje acordei assim, desfigura, sem força... Apetecia-me simplesmente ficar o dia todo enrolada nos cobertores, sem elevar o corpo da cama. Assim, podia preencher o pensamento com a imaginação e sonhos, desta forma talvez conseguisse eliminar o cinzento que me povoa. Não sei, sinto-me vazia.

Provavelmente, não deveria estar a desabafar neste espaço, pois quem cá vem, há-de esperar ver algo novo, aprender alguma coisa, procurar uma sugestão... Mas para já limito-me a partilhar este desabafo.
Dacosta, O Bailador

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Fim-de-semana à sombra da árvore


A minha sugestão para este fim-de-semana passa pela Cooperativa Árvore, na cidade do Porto. Lá podemos encontrar trabalhos de artistas que se adivinham promissores. São obras de arte realizadas pelos alunos do ano 2006/2007, nas áreas da cerâmica (Idalina Sousa, Josefina Dias, Luís Colares, Milú Sardinha, Nuno Torres Gomes, Serafim Rebelo, Verónica Labruguiere de Abreu), desenho (Antónia Gomes, Elisabete Freitas Alves, Graça Ribeiro, Joana Peixoto, Maciel, Maria Helena, Mónica Felber, Pedro Negrão, Sameiro) e pintura (Amália Soares, Anabela Silva, António Sousa, Apolónia, Aparício Farinha, Dulce Neves, Edite D'Alte, Emília Leão, Eurico Oliveira, Fernando M. B., Helena Doc, Helena Homem de Melo, Isabel Ferreira, João Araújo, Jorge Esteves, Jorge Pedra, Laura Maria, Leonilde Morais, Manuel Bessa, Susana Santos, Teh).

Por tudo isto, penso que vale a pena. É importante lembrar que, sempre que vamos à Cooperativa Árvore, temos o privilégio de contemplar o maravilhoso rio Douro e sermos consumidos pelo verde da paisagem que o rodeia.

Bom fim-de-semana!


Nota: Esta exposição termina já amanhã, dia 8 de Setembro de 2007.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Relatório da menina que mora nos meus olhos


A menina que mora nos meus olhos não ficou contente com o que viu. As pessoas andavam de lado para lado, sisudas, cabisbaixas, pareciam ser controladas por um comando qualquer. Saíam de um local, entravam apressadamente noutro e repetiam esta actividade vezes sem conta (sobretudo se estivermos a observar numa grande praça). A menina também se apercebeu que são pessoas circulam sem objectivos, andam errantes, cumprindo ordens... estão tão formatados! Dá a sensação que se lhes dissessem "a partir de amanhã, estão todos por sua conta, ninguém mais trabalha" andariam como baratas tontas, sem saber o que fazer.

Os seres humanos pensam que controlam tudo, mas no final de contas os controlados são eles...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Dia de Esplanada


Hoje, a menina que mora nos meus olhos insistia em permanecer no escuro pela manhã, até que eu insisti com ela para que me permitisse sentir esse sentido tão importante que é a visão. Contra a sua vontade, lá abriu as pálpebras, como se fossem persianas, e só então me deixou contemplar o que estava à minha volta.
Acordei assim, sentindo a necessidade de acordar, de viver e observar. Por isso, decidi dedicar o dia à esplanada, mas não a uma qualquer. A escolha será meticulosa, pelo que é essencial escolher uma que favoreça a mim e à menina que mora nos meus olhos uma visão alargada dos seres que hoje andam em pé. Será que vale a pena? Amanhã apresentarei o relatório que a menina que mora nos meus olhos foi convidada a apresentar.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Só o que trabalha tem pão?


A propósito do provérbio "Só o que trabalha tem pão" (lembrando também Kierkgaard) verificamos, sem qualquer dúvida, uma grande incongruência no que se refere à sua aplicabilidade na esfera do nosso mundo. Nos dias de hoje, seria mais correcto o provérbio "Tem pão o que trabalha e o que não trabalha". Aqueles que não trabalham conseguem de igual forma o pão necessário. Infelizmente, é tudo uma questão de ludibriar o sistema já tão viciando. Assim, o médico passa baixas a quem não está doente, o doente que não está doente, finge-se doente e não vai trabalhar. O desempregado, que inicialmente ficou muito triste por se ver naquela situação, entretanto já não quer outra coisa senão usufruir de um vencimento sem trabalhar... Entretanto, os cidadãos andam todos muito ocupados e distraídos, pensando naquilo que a comunicação social lhes dá, como futebol, desaparecimento de crianças, assaltos... São uma espécie de homens de negócios como aquele que encontramos no "Principezinho" de Saint-Exupéry, enterram a cabeça nos números, contas e superficialidades, querendo tornar tudo rentável. No meio desta azáfama, esquecem a imaginação, deixam de ser crianças e acreditam ser pessoas melhores porque não dizem parvoíces nem constroem castelos no ar. Quais as consequências disso? Vale a pena pôr o pé na rua e observar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Bem haja Thomas More


Hoje sinto-me cansada de tudo, das pessoas, do trabalho, da burocracia... Dava tudo para viver na ilha da utopia onde as leis são em pequeno número e a administração difunde os seus benefícios por todas as classes de cidadãos. O mérito é lá compensado; e, ao mesmo tempo, a riqueza nacional encontra-se repartida tão igualitariamente que cada indivíduo goza com abundância de todos os confortos da vida. Era neste mundo que eu queria viver e aproveitar dignamente os meus dias, longe dos jogos económicos, políticos e sociais. Para já, este estado de vivência fica-se pelos meus sonhos e já não é mau saber que houve alguém que corroborou esta ideia.