Esses trabalhos baseiam-se no domínio da colagem e da “assemblage”, dos quais resulta um confronto entre a tela crua e a cor para demonstrar como, desde então até à sua obra mais recente, estes processos e técnicas são indissociáveis da interrogação e das práticas da pintura na sua obra. Neste sentido, “Cadeia da Relação” é uma exposição focada na evidência dos materiais e nas suas relações estruturantes da composição do quadro ou do objecto. A exposição intensifica-se à medida que avançamos, pelo interessante jogo e sobreposição de tecidos e materiais diversificados, não esquecendo também a mistura de cores, factor essencial para o desenvolvimento dos sentidos. Algumas vezes as telas parece quererem vomitar para o mundo exterior o seu próprio mundo, outras vezes é o expectador que sente o impulso que querer entrar para o mundo da tela. A não perder.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Fim-de-semana com a "Cadeia da Relação"
Esses trabalhos baseiam-se no domínio da colagem e da “assemblage”, dos quais resulta um confronto entre a tela crua e a cor para demonstrar como, desde então até à sua obra mais recente, estes processos e técnicas são indissociáveis da interrogação e das práticas da pintura na sua obra. Neste sentido, “Cadeia da Relação” é uma exposição focada na evidência dos materiais e nas suas relações estruturantes da composição do quadro ou do objecto. A exposição intensifica-se à medida que avançamos, pelo interessante jogo e sobreposição de tecidos e materiais diversificados, não esquecendo também a mistura de cores, factor essencial para o desenvolvimento dos sentidos. Algumas vezes as telas parece quererem vomitar para o mundo exterior o seu próprio mundo, outras vezes é o expectador que sente o impulso que querer entrar para o mundo da tela. A não perder.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Ruy Belo
Neste sentido, em assirio.pt pode adquirir os livros deste autor com 30% de desconto.
«Passeou pelos espelhos dos dias
suas clandestinas alegrias
que mal se reflectiram desertaram»
Ruy Belo
São João da Ribeira (Rio Maior), 27 de Fevereiro (de 1933 – Queluz, 8 de Agosto de 1978)segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Novidades Assírio Alvim
Jade torna-se o seu único companheiro de brincadeiras (no Jardim da Estrela e na praia) e, em troca, a
criança ensina-o a ler. Um dia, Jade desaparece, mas a criança continua a conseguir vê-lo.
Reúnem-se neste livro a escrita de Maria Gabriela Llansol e uma selecção dos desenhos de Augusto
Joaquim feitos sobre o texto Amar um Cão.
“______ houve uma breve hesitação da parte de quem transportava o recém-nascido ______ o
meu cão Jade, há muito tempo; muito, e com grande intensidade, aconteceu durante esse tempo breve
em que Jade foi deixado suspenso sobre um medronheiro, sem mãe visível,
num berço nem celeste,
nem terrestre. No lugar que toda a planta acolhe, e que o entregara ao medronheiro,
sentia sobre si uma incidência animal alada,
que nem era verdadeiramente pássaro,
nem verdadeiramente quadrúpede.”
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Corpo de batráquio
Os poemas de Fiama não podem apenas ser vistos como um espaço no qual é possível reconstruir mecanismos da experiência que se plasmam em universos metafóricos e imagéticos pessoais, sem mais consequências. Os modos próprios dessa experiência pessoal vão-se acastelando em verso para configurar o tormento, obrigando a poetisa a ser tão lúcida que o compusesse. Assim, o poema é o suplício que a desperta do estado de felicidade para o estado da razão. O adjectivo feliz acusa a sua durabilidade, enquanto o seu corpo se prolonga até à forma de batráquio, podendo permanecer de ventre colado à grande mancha , onde emite sons para fugir à consciência da Poesia. Quando assim não acontece, a poetisa perde o paraíso. No entanto, não existe um esforço hercúleo em não abandonar os jardins onde a baba dos sapos segue um labirinto quando aceita que a Poesia lhe debique nas pálpebras. Contudo, verificamos que ao escrever o poema ficamo-nos sempre pelas palavras, ou melhor, por esta terrível impotência.[1] O poema escrito acaba por ser sempre um suplício, por isso, essa indizível, e sempre dita, tristeza que vigia a criação do poema é a única tristeza do seu mundo vegetal.
Fiama escreve estes versos, como todos os outros que constituem a Área Branca, emocionada, cheia de espanto, de intuições e de perplexidade: percebemos logo que as condições que geram estas modulações de tons que sobem são únicas e irrepetíveis, ainda que a circunstância seja um poema. As vivências de Fiama são como reflexos que enchem todo o seu espaço, um espaço inacessível como o das imagens do outro lado do espelho. Ao olharmos os versos, reparamos que, ao contrário do que acontece com outros poetas contemporâneos, não se despojou das metafísicas, como se tivesse entrado numa zona comercial, disfarçando-se e deleitando-se em artifícios e jogos, desdobrando-se em metalinguagens e intertextualidades. Pelo contrário, este poema segue uma despossessão de artifícios ao nível da linguagem altamente pertinente e parecem correr em verso com uma naturalidade invejável.
Quanto à estrutura física do poema, constatámos algumas incoerências em relação ao conteúdo. Neste sentido, adivinhar-se-iam versos fragmentários desprovidos de qualquer cuidado formal, tendo em conta o sentimento da poetisa ao ter que concretizar no poema as suas vivências. De facto, a sua criação não se processa desta forma. Podemos ver que as cinco estrofes que compõem o poema são densas e aglomeram-se, tornando-se extremamente longas, onde quase não existe espaço para que possamos respirar. O poema, desta maneira elaborado, personifica o tormento da lucidez e a racionalização da escrita que a obrigam a ser lúcida. É deste estado doloroso de razão que são construídos os versos longos, interrompidos por três curtos – Mas eu era feliz/ Onde eu tinha/ Rouca – quando a poetisa evoca a memória do tempo em que tinha olhos redondos extraídos do interior da terra. A memória desse tempo, pertencente ao momento originário, condiciona o pretérito imperfeito e mais-que-perfeito. Estes tempos verbais quando interrompidos pelo pretérito perfeito geram como que faíscas no consciente, consumando o verso: O poema atormentou-me. Assim, o pretérito perfeito é a ponte entre o estado inconsciente e a razão.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Primeiro inverno sem Fiama
Do momento originário ao poema: o estado da razão (Parte II)
Uma das características essenciais da não lógica Zen é a simetria. A razão disso é intuitiva, na medida em que a simetria representa sempre um módulo de ordem, o efeito de um cálculo. Para Fiama, o efeito desse cálculo é o poema que a obriga a ordenar os momentos indizíveis. Para se despossuir do estado de tormento seria basilar afastar-se da consciência da Poesia que tende a racionalizar os momentos idílicos de fusão com a Natureza. Os poemas que constituem a Área Branca não são nem meramente, nem principalmente representativos, porque a poesia não é apenas encarada como uma representação da natureza, como atrás falávamos, mas assumindo, ela própria, um trabalho da natureza. Fiama não vê rígidas divisões entre espírito e natureza, sujeito e objecto, bem e mal, artista e meio.
O poema é uma espécie de sonho da razão que produz a experiência diurna de forma alterada, ou seja, reinventada e transposta num plano em que a conivência com o momento originário seja uma conversão e não uma tradução; uma ficção e não uma reprodução. Então o verbo atormentar – de uso comum na poesia de Fiama – surge porque não existe uma identificação do sujeito com a realidade que apela à consciência e à racionalização dos actos. Por isso, a poesia a atormenta, obrigando-a a racionalizar os sons. Queremos com isto dizer que Fiama apenas consegue nomear os objectos que, por sua vez, estão representados por sinais. Logo, só poderá falar deles e nunca exprimi-los, pois um poema só pode dizer como uma coisa é, não o que ela é.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Primeiro inverno sem Fiama
Do momento originário ao poema: o estado da razão (Parte I)
Apesar de assentarem em algumas diferenças, panteísmo e Zen convergem, na medida em que o sujeito poético não recusa a socialidade tout court, esta recusa manifesta-se ao nível de uma socialidade conformista para procurar uma outra, mas espontânea, cujas relações se fundem numa adesão livre e feliz, cada um reconhecendo o outro como parte de um mesmo corpo universal. Contudo, a filosofia Zen vinha esclarecer que o universo, como um todo, é mutável e indefinível; tendo em conta que a ordem dos acontecimentos é uma ilusão. Por esse motivo, a divindade está presente na viva multiplicidade de todas as coisas.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Óbidos com recheio de chocolate
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Foi descoberta a galáxia mais distante do universo
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
"O Estado das Coisas"
Porém, não podemos deixar de reparar que a penúltima sessão (portanto, em penúltimo lugar) será dedicada à cultura e os que comentarão esta questão tão nobre serão como do costume, aqueles que lideram.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
O Começo
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
"Never forget, never forgive"
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Anarquia (observação quarta)
A Apóstrofe de Proudhon
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Mais um leilão promovido pela Livraria Manuel Ferreira
De salientar que o primeiro lote do leilão será constituído por um precioso conjunto de 888 cartas autografas, onde se incluem alguns bilhetes postais, todos dirigidos pelo Poeta José Régio ao também Poeta e seu querido amigo Alberto de Serpa, (algumas com desenhos de José Régio), tratando importantes assuntos de natureza literária, com incidência para a publicação de livros de ambos e de particular importância para a história da publicação da revista «Presença» e outras; no segundo lote serão apresentadas sete cartas autografas de Abel Salazar.
Do leilão constam ainda muito raras primeiras edições de obras, cujos autores vão de Almeida Garrett a Miguel Torga, passando por, entre muitos outros, Alexandre Herculano, Camilo Castelo-Branco, Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Eça de Queirós, Wenceslau de Morais, Eugénio de Castro, Teixeira de Pascoais, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, José Régio, António Botto, Almada Negreiros, etc., apresentando muitas delas valiosas dedicatórias dos Autores.
DIA 16 DE FEVEREIRO, ÀS 15 HORAS