Sempre apreciei o trabalho de Tim Burton, porque ele assina os filmes com imaginação e originalidade. No seu livro A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e outras Estórias publicado, em Portugal, pela editora Antígona, podemos ler, a páginas tantas, uma quadra sobre A Rapariga com Olhos Fora de Série que passo a transcrever: Conheci uma rapariga/ que era fora de série,/ pois do sério arrancava/ tudo aquilo que fixava. Pois bem, o mesmo se passa no filme "Sweeney Todd". Mas desta vez, os olhos são de um rapaz, terrível barbeiro, que como a rapariga do olhar fora de série "arrancava"/ matava tudo aquilo que fixava, pois o seu olhar denunciava uma vingança avassaladora pela vida feliz que lhe fora roubada. Desta forma, o filme assemelha-se a uma peça de teatro em tela de cinema, pela interpretação dos actores, pela postura "em palco", pela cor, mas sobretudo pelo tom trágico de como se desenrola a cena e de como termina - à semelhança de uma ópera. Assim, o filme culmina com a mulher do barbeiro morta por ele próprio, nos seus braços, como Gilda na ópera Rigoletto, de Verdi. Não considero o filme uma obra prima, mas considero que é essencial ir vê-lo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário