sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A Cidade da Utopia

Paul Otlet
A cidade ideal é algo que sempre fez florescer a criatividade de filósofos, artistas e escritores. A necessidade de criar um espaço utópico surge imposto por uma mescla de sentimentos que vão desde o desejo até às desilusões sociopolíticas da sociedade ocidental. A criação de um espaço ideal emerge, na maioria das vezes, da crítica directa ao presente, aos seus hábitos e instituições. Paul Otlet é o responsável por alimentar o projecto de uma urbe maravilhosa que pudesse de algum modo acolher todas as instâncias do conhecimento. Estamos a falar de uma cidade mundial, humanista e pacifista, destinada a hospedar num único lugar, tão global quanto apátrida, instituições políticas, associações internacionais e centros de conhecimento, tendo sempre em vista cessar os eventuais confrontos que possam surgir. No centro da grande cidade, ficaria o Mundaneum, edifício reflexivo que Otlet encarava como “uma máquina para pensar o mundo”. Porém, essa quimera persiste nos dias de hoje, em Mons, na Bélgica. Resta-nos acreditar que um dia seja accionada a máquina do tempo, cotejando as diferentes hipóteses de vida em comum propostas já por Platão, Júlio Verne ou Thomas More.

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