A angústia do fim

Um funeral. Ao longe vê-se uma multidão de pessoas que vão dar os seus sentimentos e uma casa, aquela onde alguém padece a dor de uma vida perdida. Quando chegamos, atravessamos essa multidão que se agrupa conforme os conhecimentos. A sensação de quem passa e ouve as conversas de sempre "ricos ou pobres todos morremos"; "agora o mal é de que fica"; "há situações em que mais vale a morte, que o sofrimento"... e as frases repetem-se até se chegar ao leito de quem já não vive mais... as flores, nunca as flores foram tão monstruosas como nesses dias... o preto carregado que acentua o sofrimento e a palidez dos rostos... o choro, aquele que é sincero e o que é teatral... o espectáculo das cruzes, das rezas... Por fim, o barulho das pás a perfurarem a terra...

Hoje ficamos a saber, através do Jornal Expresso, que os professores perderam 12% do salário em oito anos, recebendo assim menos 357,40 euros. Porque é que quando li a notícia senti que, fora os funcionários públicos, todos estão satisfeitos? Contudo, a estupidez dessa satisfação é tanta que as pessoas nem se apercebem que elas próprias também não vêem os seus salários aumentar. Contudo, isso não é importante. Importante é vermos as cobaias do estado, os professores, a serem prejudicados.

"Imaginary friends"

Evelina Oliveira expõe individualmente em Lisboa, na Galeria São Mamede. A exposição de pintura intitulada Imaginary friends está disponível até ao dia 19 de Fevereiro.

Anarquia (observação terceira)

Segundo Platão, o Estado injusto resulta da multiplicação das necessidades e do supérfluo. Isto porque Platão entendia que uma comunidade ideal deve possuir um nível de vida material comum. Desta forma, um bom nível de vida deveria ter em conta o bem como algo necessário, porém o necessário não era, inevitavelmente, muitos bens.

Anarquia (observação segunda)

Como queria Kant, o cidadão da democracia moderna é súbdito e, ao mesmo tempo, legislador. Este foi o primeiro passo dado para que a autoridade política fosse parcialmente interiorizada, daí a frase tão contemporânea como assustadora "O Estado somos nós". Contudo, é importante lembrar que o pronome pessoal "nós" implica tanto os que governam como os que são governados e deve notar-se ainda que, entre estes últimos, existe a distinção entre maioria e minoria. Isto é um facto inegável. Neste sentido, quer queiramos quer não, a democracia introduz novas formas de desigualdade.

Anarquia (observação primeira)

O sábio será aquele que, sendo livre, sabe renunciar a todos os impedimentos da vida em comum com outros. Desta forma, a sua conduta rege-se de acordo com a sua virtude e não segundo as leis de qualquer estado.
É tão poderosa como bonita a ideia de que cada ser é portador de uma autonomia individual... Porém, se assim é, porque é que a anarquia nunca conseguiu vencer?

abismo
substantivo masculino
da escuridão

Deus joga aos dados e nós também

Após ter passado os olhos pela imprensa e ler todas as notícias relativas à educação, à cultura, à economia, etc., resta-me verificar que afinal Deus joga aos dados, apesar da famosa asserção de Albert Einstein. Parece ser de natureza divina a decisão de para onde deve ir um fotão e de quando tem lugar uma emissão beta. Porém, claro está que à natureza divina devemos acrescentar um pouco de tempero do comportamento humano e do seu complexo jogo de relações.

Espaço mágico em avaliação

Centros Novas Oportunidades

Noutros tempos, o que tornava a história humana tão incerta e fascinante é que o homem vivia em dois mundos – o interior e o exterior, sendo que podemos tomar o mundo interior como o nosso idolum, ou mundo das ideias, segundo Lewis Mumford. Hoje, o mundo é cada vez mais exterior e a sociedade sustenta-se nele. Mais uma vez, os Centros Novas Oportunidades vieram à baila. Foi anunciado que o ex-ministro da Educação, Roberto Carneiro, vai dirigir a equipa que vai avaliar o programa de qualificação escolar Novas Oportunidades. É curioso que este espaço mágico do qual já falámos neste blog tenha sido tão bem aceite pela população em geral. Torna-se até assustador a passividade com que este assunto tem vindo a ser tratado. Parece que todos vêem esses centros como uma salvação, ou até pior, vêem-nos como algo indispensável à sociedade.

Da indeterminação das coisas

Será que foi um meteorito? Ou um vulcão? Certo é que os dinossauros desapareceram há milhões de anos e ainda ninguém conseguiu encontrar uma justificação consensual para a sua extinção. “O T-Rex não foi o único assassino”, adianta a sinopse do livro “What Bugged the Dinosaurs? Insects, Disease and Death in the Cretaceous”, de George e Roberta Poinar. Os dois paleontólogos, da Oregon State University, sugerem que os insectos possam ter tido um papel fundamental na transmissão de doenças e na destruição de fontes de alimentação levando ao desaparecimento definitivo dos dinossauros.

Afinal, há ainda muito que descobrir acerca deste assunto.

in Público

Vieira da Silva - Obras do CAMJAP, Gulbenkian

Dez pinturas icónicas de Vieira da Silva (1908-1992), como por exemplo "La Bibliothèque en Feu", pertencentes ao espólio do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e que integraram uma exposição no ano passado no Centre Culturel Gulbenkian, em Paris. Para a mostra em Lisboa foram acrescentadas mais obras do espólio Gulbenkian. Até 17 de Fevereiro.

in Público

Supercalculador

O Centro Nacional de Investigação Científica francês vai dispor, a partir de Março, do terceiro supercalculador do mundo. Este aparelho, desenvolvido pela empresa IBM, é capaz de efectuar 207.000 milhões de operações por segundo. Por outras palavras, este supercomputador explica o organismo em comunicado, permitindo aumentar a potência dos instrumentos de cálculo do centro dos actuais 6,7 para os 207 teraflops.

Para percebermos a capacidade de um supercalculador, temos que ter em conta que se os cálculos fossem realizados por pessoas com calculadoras, eram necessárias 300.000 máquinas a funcionar durante 20 anos.

Concerto de Ano Novo

Será sempre bom começar o ano com a música da Strauss Festival Orchestra e as valsas, marchas e polcas do Strauss Ballet Ensemble no "Grande Concerto de Ano Novo" que decorrerá a 12 de Janeiro, no Coliseu do Porto.

Hoje faleceu, aos 85 anos, o pintor surrealista Fernando José Francisco. Assim começa o ano com a perda de mais um grande artista da cultura portuguesa.

"Secretos Registos" Alexandra de Pinho

Este ano começou bem. Quem visita este blog sabe que eu gosto de divulgar todos os trabalhos artísticos que considero serem de qualidade. Há poucos dias atrás, recebi um email que apenas dizia para visitar um blog. Foi o que fiz e não me arrependi. O blog é alexandradepinho.blogspot.com e trata-se de um espaço dedicado à arte contemporânea, onde encontramos interessantes trabalhos realizados pela artista Alexandra de Pinho. As suas telas transpiram labor e uma interessante mistura de materiais. Vale a pena!